terça-feira, 5 de março de 2013

IMPRESSORAS 3D - UM NOVO SALTO TECNOLÓGICO


Você ainda vai ter uma impressora 3D

 




Imagine fazer o download de uma capa para seu futuro smartphone antes mesmo de ele chegar às lojas. Você pode!
O tempo passa realmente muito rápido. Já faz um ano que comecei a escrever esta coluna aqui na INFO. Para comemorar, vamos falar dos impactos a serem causados pela tecnologia nas próximas décadas. No mês passado, reencontrei em Nova York um empreendedor chamado Bre Pettis. Conheci Bre em 2010, quando caminhava por uma feira de startups num prédio da Merrill Lynch, também em Nova York. Num canto da feira havia um estande com uma mesa bagunçada, cheia de pequenas peças plásticas e com uma estranha máquina de madeira em cima.
Entre dezenas de startups, só aquela não estava mostrando um nova solução de geolocalização rodando num iPad ou uma solução de crowdsourcing. Fiquei ali tentando entender o que era a tal máquina e percebi, então, uma figura simpática sentada atrás da mesa. Perguntei o que era aquilo. Foi aí que Bre se levantou, ligou a máquina e começou a me explicar que era uma impressora 3D, a primeira versão de uma das suas. O resultado final não era lá grandes coisas, mas parecia divertido. Dois anos depois, nosso último encontro aconteceu na sede de sua empresa, a MakerBot. Já na entrada deparei com várias impressoras 3D ligadas e imprimindo diversos objetos. Bre disse que aquelas eram máquinas da quarta geração, chamadas Replicator 2, que custavam 2 199 dólares, tinham a resolução de 100 microns e podiam construir objetos de um tamanho razoável. Uau!!! Fiquei ali brincando com algumas peças e quis saber se os objetos impressos eram resistentes. Ele então me deu uma pequena pulseira feita com uma camada de plástico e consegui quebrála facilmente, mas aquilo era a menor resistência de um objeto impresso em 3D. Outros já eram bem mais resistentes. A precisão era fantástica, e até pulseiras de relógio foram impressas. Mas foi após pensar no passado que a coisa ficou interessante. A primeira impressora a jato de tinta é de 1976. Mas a tecnologia só ficou disponível quando a HP lançou a primeira HP DeskJet, em 1988, por mil dólares. Dez anos depois, toda casa que conheço tinha uma.
Dentro de alguns anos, quando minha filha estiver na escola, no lugar de imprimir uma foto da Torre Eiffel para o trabalho, ela irá imprimir uma maquete 3D de Paris. Com eletrônica open source, ela ainda poderá colocar pequenos LEDs e simular os efeitos da Torre durante a noite. Os impactos são gigantes. Após a desmaterialização da informação, com os computadores e a internet, agora pode-se desmaterializar coisas numa ponta do mundo e replicá-las na outra. Aplicações para impressão 3D já aparecem em diversas áreas. O exército dos Estados Unidos está enviando impressoras 3D às zonas de guerra para que soluções rápidas possam ser implantadas no campo de batalha. Fabricantes de carros de luxo usam impressão 3D para acelerar o processo de prototipagem. Uma empresa francesa passou a vender capas personalizadas para o aparelho iPhone 5 antes de ele ser apresentado. Na medicina, uma senhora de 83 anos recebeu transplante de uma mandíbula impressa dessa mesma maneira. Não é só na gringolândia que a impressão 3D se desenvolve. No Brasil, alguns empreendedores criaram a Metamáquina (metamaquina.com.br), a primeira empresa a dedicar-se à impressão 3D no país. Eles usam software livre e hardware aberto. E aí? Que tal encomendar uma para este Natal?

Manoel Lemos, 37 anos, é engenheiro da computação, especialista em supercomputação, empreendedor, investidor em tech startups e diretor-geral digital da Abril Mídia. É apaixonado por mergulho com tubarões.



Impressoras  3D, saiba mais:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=-erLtnV1Kpc

http://youtu.be/qeTIq1QN4a8

http://youtu.be/_b-dnj4QG1c

http://youtu.be/mWHAKrIHPFU

Que tal imprimir sua roupa?
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário